É possível afirmar que aspectos estigmatizantes e discriminatórios não exercem influência no sentenciamento de mulheres pelo crime de tráfico de drogas? Em um giro paradigmático e epistemológico, a autora enfrenta limitações androcêntricas e racistas na construção do conhecimento em busca desta resposta, expondo situações de violações diversas, notadamente as promovidas pela Guerra às Drogas de cunho racista e patriarcal.
Se debruçando sobre as condenações de mulheres encarceradas por tráfico em cumprimento de pena em Salvador/BA, a obra inova ao apresentar novas categorias de análise das sentenças que emergiram do estudo destas próprias condenações e que evidenciam uma série de violações de direitos impostos às condenadas. A obra descortina a suposta neutralidade das condenações, destrinchando o papel da política de Guerra às Drogas, do racismo, do patriarcado e capitalismo na construção e reprodução de estigmas e opressões no sentenciamento das mulheres condenadas.
Autora: Débora Moreno